Meus caros:
Lamento muito, mas as "bondosas" interpretações que foram sendo apresentadas para os extraordinários fenómenos verificados ultimamente no BB não me convencem. A menos que exista aqui gente com uma percepção extra-sensorial e nesse caso deveria criar-se um Buzzerbeater parapsicológico.
Como já sou um tipo de provecta idade e já me dedico a jogos de estratégia desde o tempo em que Josué e seu burrico alegremente trepavam montes e montinhos a caminho de Jericó, não escorrego em qualquer filosofia transcendental.
Falou o Damena na questão do jogo tranquilo. Não concordo. Um jogo de estratégia tem que ser transparente. Por exemplo: no Hattrick, quando jogamos "com calma" o nosso meio-campo perde rating. Não é a solução ideal, mas, pelo menos, é transparente. Eu sei o que sucede quando jogo "com calma" no Hatrick. Quando jogo "tranquilo" no BB perco o quê? Não sei. Mas se perco, isso deveria reflectir-se claramente em qualquer coisa visível, por hipótese, nas notas dos jogadores. Um atleta que teria nota 14 a esforçar-se em pleno, teria nota 12 ou 11, por exemplo, a jogar tranquilo. E isso reflectir-se-ia nos ratings. Mas fosse qual fosse a solução, tudo isso teria que ser absolutamente transparente. Ora, vendo os ratings do jogo e as notas dos jogadores no Superpika-Jorsan (ainda por cima foi em minha casa!) ficamos sem perceber patavina. Se a ideia é transformar isto numa espécie de jogo de dados, passem muito bem, que comigo não contam.
Não me convencem também as explicações de que há coisas que passam ao lado dos ratings. Diz o AfonsoP: “Um jogador contribui com X para o rating defensivo. Mas a partir do momento em que está com problema de faltas, na realidade, passa a ser um defensor muito mais fraco do que aquilo que deixa transparecer para os ratings”. Meu caro Afonso: se um jogador está com problemas de faltas e passa a ser um defensor muito mais fraco, então isso deve reflectir na nota do jogador e, consequentemente, no rating defensivo da equipa. O utilizador tem que perceber claramente a mecânica do jogo, porque é que isto ou aquilo acontece assim ou assado.
Reparem que isto é um simulador. Um simulador tenta imitar a realidade. E nós sabemos que em qualquer desporto, acontecem surpresas de vez em quando. Elas são bem-vindas porque, em caso contrário, o mais fraco estaria sempre condenado, seria uma monotonia. No passado, eu já perdi e já ganhei surpreendentemente vários jogos. Quando ganhamos inesperadamente, tendemos a desvalorizar o assunto – pudera, ficamos todos contentes! Mas quando perdemos ficamos fulos. Mas se isso suceder, no máximo, 1 ou 2 vezes por época (nesta última época no Hattrick tive apenas uma surpresa – positiva), achamos todos aceitável. Mas quando os resultados patetas se sucedem uns atrás dos outros, isto passa a ser uma espécie de jogo da bisca.
E há muitas outras coisas para serem corrigidas no gripado motor de jogo do BB. De diferente grau de importância é certo. Como sabem, no BB, quando o jogo começa (do nosso ponto de vista) já o resultado está feito, os ratings construídos, etc. Quando assistimos ao jogo, apenas vemos uma ilustração para mera diversão do utilizador. Mas essa “ilustração” deve ser aperfeiçoada. Fará sentido um pedido de desconto tempo completo a 1 segundo do fim com uma das equipas com 7 ou 8 pontos de vantagem? Fará sentido uma equipa marcar 40 pontos num quarto e depois marcar só 5 pontos no quarto seguinte? E dois cestos, cá e lá, no último segundo? E muito mais. Mas essas são coisas menores.
(CONTINUA)